quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Proibidos por lei


A proibição do uso de animais nos espetáculos de circo começou a ser válida no ano de 2004, a partir de leis estaduais que foram sendo implantadas ao longo de dois anos. A iniciativa se deu a partir de vídeos que foram divulgados denunciando maus tratos à cavalos, leões, elefantes e outros animais que participavam dos espetáculos.
A partir da implantação da lei, ficou proibido o uso também de animais domésticos, punindo com multa de cem mil reais os grupos que não respeitarem a legislação. A fiscalização de higiene e saúde, que já era obrigatória, abriga agora a vigilância dos animais.
O governo decretou que é preciso reconhecer o sofrimento dos selvagens, que na maioria das vezes eram mantidos em lugar impróprio, com má alimentação e um adestramento não adequado. Outros pontos colocados foram: a compra de animais do tráfico clandestino, os inúmeros acidentes ocorridos na convivência dos animais com as crianças, os riscos que oferecem ao público e mais oportunidades de trabalho para palhaços e malabaristas.
Quem não gostou da proibição foi Leandro Moreira. O atual malabarista foi domador de leões durante 10 anos e perdeu mais de 17 mil reais com o recolhimento de seus três felinos e todo o equipamento necessário para manter os animais.
O governo não reembolsou valor ou ofereceu qualquer ajuda para o profissional. Na época, Moreira precisou aprender em poucos dias novos números para não perder o emprego. “Aqueles leões eram meus filhos, eram quem me acompanhava nas viajens, eu jamais maltrataria ou deixar de oferecer boas condições de vida à eles”, lamenta ele. 
O ex-domador, que nunca levou nenhuma mordida dos seus animais, questiona o projeto de lei. Ele afirma que deveria haver uma maior fiscalização para impedir os maus tratos ao invés de não deixar que os grupos que agem de forma correta tenham seus bichos. “É porque custa mais caro a fiscalização, proibir todos os circos sem pensar nos prejudicados é mais barato”, conclui Moreira
Os animais que são recolhidos são levados a organizações que ajudam achar santuários e zoológicos para acolhê-los, mas o transporte ainda deve ser arcado pelo proprietário dos bichos. O IBAMA também oferece em algumas unidades estrutura física para manter os mais frágeis.
Vitória Lovat

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